Bar da Lora

Hoje em dia o Mercado Central de Belo Horizonte está em pleno processo de gourmetização. A cada dia um de seus tradicionais bares acorda repaginado e com cara de “bar da zona sul”, sem nada da autenticidade que sempre me atraiu para o mercado.

Não que eu seja contra a evolução natural das coisas, mas o que vem acontecendo é uma deturpação da vocação natural do mercado. Daqui a pouco vamos nos deparar com uma unidade do Outback no lugar do Casa Cheia 🙂

Comecei falando sobre esse fenômeno para contextualizar o que considero como ponto de equilíbrio perfeito entre permanecer estagnado e evoluir. Estou falando do Bar da Lora.

Depois de assumir o comando do bar do seu pai, Eliza Fonseca iniciou uma transformação no cardápio do lugar. Sem alterar em nada a “cara” do bar, a Lora se dedicou a dar o seu toque artístico aos tira-gostos servidos no balcão. Os clássicos do mercado central de Belo Horizonte, como o fígado acebolado, linguiça frita e mandioca na manteiga ganharam toques especiais, principalmente na decoração dos pratos, algo nunca valorizado por seus concorrentes.

O resultado apareceu já em 2010, com o primeiro lugar no concurso comida de boteco. Hoje em dia o Bar da Lora segue se destacando dentre os demais, mesmo os gourmetizados, e ainda mantém o charme e as características que fizeram a fama do Mercado Central.