Estávamos em total lua de mel com Chicago, realmente uma das mais belas cidades da América. Come-se muito bem por lá, tem diversão de montão e a gente tava que meio na carruagem da Cinderela flauteando pela cidade. Um dos ícones da gastronomia local é o cachorro quente, que mais que um prato virou um estilo: Hot Dog Chicago Style. Entre variações, o tradicional sanduíche de lá é servido num pão com sementes de papoula, salsicha bovina, mostarda, cebola, picles e relish de pepino.
O Alexandre se acabou de comer cachorro quente por lá. Bastava uma barraquinha de parque pra ele se sentir impelido a “testar” se o sanduíche era mesmo de raiz. Virou uma espécie de selo de originalidade tabajareitor de hot dog Chicago Style. Impossível, já tava dando “nervuria” só de ver. Eu curti, mas passei longe do status de adoradora zumbi. Mas faltava o apogeu dessa aventura: o duck sausage. Um cachorro quente de salsicha de pato, maionese trufada, musse de foie gras e flor de sal. Na companhia de batatas fritas na gordura de pato. Pensa nisso? Tirando o fato de ser uma gordisse gorda, é uma espécie de Chanel dos hot dogs. Méodeus!
Pegamos um Uber e atravessamos a cidade. E depois andamos um pouco mais. E mais um pouco. Passamos na porta com aquela desconfiança mineira: será mesmo aqui? Era. Um lujinha simplinha lá nas quebrada da cidade. Cara de Bob’s de beira de estrada. Fomos experimentar o tal dog em corpo de duck. É bom, mas é bom, mas é bom de com força e lambuja. As fritas podiam ser mais crocantes é verdade, mas quem se importa com isso quando elas brilham no escuro? Tudo bem que nem todos os guardanapos e higienizações disponíveis deram conta de eliminar os odores das mãos, do rosto e da alma. É parte do ritual. O transporte ficou infinitamente mais caro que a refeição, que se não me engano saiu por cerca de doze doletas cada. É desses dias que você deseja ter um segundo estômago a tiracolo pra conseguir comer de tudo. E a lista de opções é enorme: tem sanduíche de chorizo, com jalapeno e feijão, de coelho e até de jacaré. Tem também o de raiz, mas Alexandre não ousou depois do meu olhar de fúria lançado. Ficamos de voltar no outro dia, mas acabamos nos perdendo pelas inúmeras opções da cidade. Fico te devendo uma nova visita Hot G, agora que sei que o “G” é de God’s dog!
