Um jantar em família
Não é sobre comida, mas sobre o que a comida é quando alguém consegue abraçar nela todos os sentidos. Não é sobre servir, mas sobre ofertar. É ser convidado pra uma casa que tem memórias plantadas em todos os cantos. É ser recebido como visita esperada que há muito não se via, mesmo tendo sido o primeiro encontro.
É sobre atravessar tormentas além-mar e além d’alma. É sobre transformar um dom em presente compartilhado.
Uma portuguesa de olhos vívidos, gestos suaves e generosidade desmedida recebeu minha família nesse sábado na sua casa Casa de Jantar. E assim, como coisas que não tem muita explicação, o que era pra ser um jantar tornou-se uma intensa comunhão. Fotos de família, boas histórias sobre a mesa, sorrisos cúmplices e abraços apertados. Aperto no peito daquele bom, que faz a gente se lembrar do real significado da vida: reconhecer no outro a sua própria humanidade. Tocar o outro com a sua história e afetar-se com a dele.
Fomos embora pra casa com matulinhas do que sobrou do banquete, com um belo chouriço transmontano de regalo, com uma receita de pão que nos relembra do quanto o simples pode ser incrível; com sorrisos débeis que brotam de uma felicidade pura e com uma promessa de amizade eterna. Daquele tipo quando a gente é criança e ainda não aprendeu a esconder os nossos sentimentos. Maria Paula Carvalho Pereira quero ser sua amiga pra sempre e gostaria de inventar uma palavra que pudesse traduzir tudo que você nos provocou nessa noite.
Sobre a comida
Bombom de queijo canastra com melado e tomilho, pasta de azeitonas com figos secos e nozes, pão caseiro, rodelas de alheiras fritas, compota de peras e pimenta caiena. Impossível escolher o melhor.
Creme de gão de bico com linguiça defumada portuguesa.
Bacalhau com natas e “sonhos”!
Acho que escutei o adolescente mugir com essa pana cotta de frutas amarelas e pimenta rosa.
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